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Como não sabotar a reforma íntima?

Publicado em 10 de dezembro de 2019 por Dr. Alexandre Serafim

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Se nossos apegos, desejos e paixões estão nos escandalizando e comprometendo nossa evolução, melhor arrancá-los e atirá-los para longe. Com certeza é algo difícil, mas necessário para a reforma íntima.

Em O livro dos espíritos, na questão 919, o espírito Santo Agostinho é questionado por Allan Kardec:

Pergunta: Qual é o meio prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
Resposta: Um sábio da antiguidade nos disse: “Conheça-te a ti mesmo”.

Essa frase na resposta de Santo Agostinho foi proferida inicialmente por Sócrates (470 – 399 a.C.), sendo uma orientação que frequentemente passava aos seus discípulos. O grande problema está em como fazer para se autoconhecer na busca da reforma íntima.

Para facilitar, vamos a um fato comum à grande maioria: a procrastinação, ou seja, o famoso deixar para depois – “depois eu faço”, “depois eu pego”, “depois eu busco”, e assim por diante. Nesse sentido, também não podemos desconsiderar a nossa frequente autossabotagem.

Nós nos autossabotamos até mesmo na importante necessidade de manter a boa saúde. Exemplos:

  1. Por que, basicamente, todos iniciam suas dietas na segunda-feira? Qual é o problema de começar na sexta? Só porque tem festa no sábado, almoço da família no domingo, sem falar da pizza à noite?
  2. Bebidas alcoólicas. Prometemos que hoje não vamos beber nada. Aí aquele amigão te liga para um happy hour da festa de aniversário de outro amigão. Pronto, lá se foi a promessa!
  3. Comer em excesso. Abusou no dia anterior e está com aquela gastrite te incomodando. Aí aquele mesmo amigão te convida para a inauguração de uma nova churrascaria, com tudo pago. É muita tentação, e não dá pra segurar. É só tomar um antiácido e comer muito novamente. 

Ou seja, somos fáceis no desvio das reais obrigações para conosco. Nossa força de vontade ainda é muito falha e pouco treinada, até mesmo em nossas obrigações espirituais. Mais exemplos: 

  1. Ir ao centro espírita para a palestra da semana. “Nossa! Está armando uma chuva… Melhor não ir. Deixa para a próxima semana.”; “Hoje tem a final do campeonato, vai ser um jogo daqueles, não dá para perder! Na próxima semana eu tomo meu passezinho”.
  2. Fazer preces diárias. “Nossa, estou muito atrasado para o trabalho; depois faço a prece da manhã. Estou muito cansado, vou dormir e faço minha prece amanhã de manhã…” (aí acorda atrasado, e o descompromisso se torna um ciclo).
  3. Leitura do Evangelho no lar. “Hoje vai passar aquele filme que estou esperando há meses”; “Hoje será o último capítulo da novela. Poxa, vai coincidir bem com o horário do nosso Evangelho. Mas eu faço em toda semana, direitinho, que mal tem furar uma?”. 

Infelizmente, esses exemplos estão ficando cada vez mais frequentes, fruto da nossa pouca vigilância. “Orai e vigiai”, sábio conselho para quem deseja evoluir. 

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Frente aos fatos, como combater a autossabotagem em nossa reforma íntima? Creio que desenvolvendo alguns atributos: 

  1. Autoconfrontação. Requer a quebra das nossas barreiras mentais. Nós nos confrontarmos com certeza será doloroso, mas necessário se realmente quisermos nos conhecer. É preciso buscar na memória nossas características comportamentais e comprometimentos desde quando for possível nos lembrar, passando-os ao crivo da ética e da moral, analisando a fundo nossas más inclinações. Foi o que fez o próprio Santo Agostinho, como relatado em seu livro Confissões. Isso nos levará ao próximo passo para que a autoconfrontação realmente ocorra;
  2. Auto-honestidade. Ser honesto consigo no entendimento das próprias falhas e das dificuldades. É preciso ser honesto quanto ao orgulho, ao egoísmo, à vaidade, e assim por diante, ver o quanto estamos deixando para depois. Não podemos nos poupar da real honestidade para conosco. Para que essas duas etapas sejam bem desempenhadas, será extremamente importante a terceira situação;
  3. Autorresponsabilidade. Trata-se do quanto estamos sendo responsáveis conosco nessa busca. A autorresponsabilidade requer um treino diário de nosso comportamento mental, de nossos pensamentos, atitudes e convívio social. É fundamental avaliar diariamente a nossa responsabilidade com o amor pela vida que vivemos, pelo corpo físico que nos foi dado e pela higiene da nossa psicosfera na criação das nossas formas-pensamento, de acordo com Andre Luiz, em seu livro Evolução em dois mundos.

Finalizadas essas etapas, teremos que trabalhar a nossa aceitação. Quando aceitamos o que somos, quebramos nosso orgulho. A autoaceitação nos permite perceber que não somos perfeitos e muito menos autossuficientes; que temos defeitos, necessidades e, principalmente, que precisamos de ajuda.

Quer melhor ajuda do que o Evangelho do Mestre Jesus? Veja o que diz Mateus 18:9:

“E, se teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho do que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno”.

Colocação extremamente clara! É obvio que não devemos levá-la ao pé da letra. Jesus não está pedindo para nos mutilarmos, mas para observarmos com mais atenção o que pode nos levar à queda moral e à derrocada espiritual. Jesus nos orienta, nessa parábola, para a autoconfrontação, a auto-honestidade e a autorresponsabilidade.

Se nossos apegos, desejos e paixões estão nos escandalizando e comprometendo nossa evolução, melhor arrancá-los e atirá-los para longe. Com certeza é algo difícil, mas necessário para a reforma íntima.

Precisamos trocar a autossabotagem pelo auto amor.

 

Dr. Alexandre Serafim, presidente da Associação Médico-Espírita do Vale do Paraíba, é parceiro do Colegiado e ministra o curso Medicina da Alma para os afiliados ao Colegiado de Guardiões da Humanidade.

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