Como gostaria de passar seu último dia? Com alguém que ama, caminhando em um bonito parque, na praia, em um bosque, rindo com amigos, brincando com seu animal de estimação… São tantas coisas
Passados pouco mais de dois mil anos da vinda de Jesus e aproximadamente 170 anos da Codificação da Doutrina dos Espíritos, ainda o tema “morte” causa arrepios. Apesar de no Espiritismo estudarmos sobre a imortalidade do espírito e a reencarnação, continuamos com um grande anseio quanto à terminalidade da vida como a conhecemos.
Nos momentos de doenças, o medo também nos visita. Procuramos desesperadamente a cura ou algo que permita o prolongamento da vida. Se a medicina não resolve, o plano espiritual há de resolver. Pedimos desesperadamente para viver um pouco mais. Até promessas fazemos.
Talvez por isso Jesus tenha dito: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”.
Nós ainda carregamos dúvidas em nossas mentes. Vacilamos em nossa fé. Temos medo do desconhecido ou do conhecido que habita nosso subconsciente – difícil precisar. Se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, removeríamos essa montanha.
Enquanto ocupamos nossas mentes com a morte, nos esquecemos do mais importante: viver! Quando realmente aprendermos a viver, a morte deixará de ser uma preocupação. Entender o fluxo da vida a partir do “Seja feita a Sua vontade” nos dará o conforto, o alívio e o equilíbrio de que precisamos. Aceitar não é sinônimo de se entregar, mas de viver com fé na Providência Divina, que não desampara ninguém.
Não vamos morrer; vamos mudar de plano, de roupa. Vamos despertar para nossa verdadeira realidade. E talvez esse seja nosso maior medo. Ainda nos falta fé. Lembremos que Deus é soberanamente justo e bom, que Seu julgo é suave e Seu fardo é leve.
Adoecer e morrer também fazem parte da vida, e teremos que vivenciar essas experiências de alguma forma. Pode ser com medo e angústia ou com fé e coragem, aceitando que todos carecemos de misericórdia e piedade. Estas são dádivas de um Deus de amor, que não pune, apenas ensina. Então, se a morte está batendo à nossa porta, vamos aprender com ela. Algo está nos ensinando. Pode ser paciência, resignação, perdão, religação e tantos outros aprendizados individuais. Deixo a cada um a tarefa de pensar no que a morte pode estar querendo lhe ensinar.
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Faça uma experiência, quase um autodesafio: ao acordar, caso não tenha desencarnado no sono (tenho certeza de que alguém pensou: “Credo!”), faça um exercício mental. Pense que, naquele exato dia, irá morrer. Ao pensar que está morrendo hoje, reflita sobre quais são as suas pendências para com o próximo, para consigo e, principalmente, para com Deus. Pense no que ficou malresolvido e também nas pessoas que gostaria de abraçar, beijar, a quem gostaria de dizer que ama, pedir perdão ou perdoar. Como gostaria de passar esse último dia? Com alguém que ama, caminhando em um bonito parque, na praia, em um bosque, rindo com amigos, brincando com seu animal de estimação… São tantas coisas que a vida passa e nem percebemos o que deixamos para trás. Talvez seja esta uma das razões do medo de morrer: não ter mais tempo de fazer o que gostaríamos de fazer. Enumere tudo nessa experiência. Ponha numa caderneta, para não se esquecer de nada.
Então, caro(a) amigo(a), se na próxima manhã você acordar nesta vida, viva, para não ter medo de morrer!
Dr. Alexandre Serafim, presidente da Associação Médico-Espírita do Vale do Paraíba, é parceiro do Colegiado e ministra o curso Medicina da Alma para os afiliados ao Colegiado de Guardiões da Humanidade.
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